dos trabalhadores da Administração Pública
Razões e reivindicações<br>para a luta que continua
Nos rostos que aqui mostramos ficam retratadas a justificada indignação e a irrevogável disponibilidade para manter a luta, até à demissão do Governo e à mudança de política. São imagens da manifestação nacional de 31 de Outubro, que dão consistência e força ao conteúdo da resolução aprovada frente ao Parlamento.
Milhares de trabalhadores estiveram sexta-feira na manifestação nacional que a Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública levou a cabo em Lisboa, com partida do Marquês de Pombal, cerca das 16 horas, e que terminou junto à Assembleia da República, onde a maioria PSD/CDS-PP tinha aprovado na generalidade o Orçamento do Estado para 2015.
As intervenções de Manuel André (em nome do Movimento dos Utentes dos Serviços Públicos), Arménio Carlos (secretário-geral da CGTP-IN), Mário Nogueira (secretário-geral da Federação Nacional dos Professores), José Carlos Martins (presidente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses), José Correia (vice-presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local) e de Ana Avoila (coordenadora da Frente Comum), foram frequentemente interrompidas com aplausos, palavras de ordem e apupos, a pontuar diversas passagens dos discursos.
No final, foi aclamada uma resolução, que expressa em meia dúzia de pontos o sentido desta jornada e o sentimento de quem está disposto a fazer o que é necessário para prosseguir e ampliar a luta.
O OE 2015 e as suas graves orientações e medidas constituem «mais um ataque injusto e inaceitável» aos trabalhadores e aposentados da Administração Pública e a toda a população. A «resposta adequada e única possível» é a luta, em torno das exigências apontadas na resolução:
– a reposição das 35 horas como horário máximo semanal de trabalho;
– o fim dos cortes e a devolução de todos os montantes roubados até agora;
– o aumento geral dos salários;
– a defesa dos serviços públicos e o fim dos processos de privatização;
– políticas orientadas para a defesa e afirmação dos serviços públicos e das funções sociais do Estado;
– a demissão imediata do Governo e a convocação de eleições antecipadas.
Contas que contam
Desde 2005, na Administração Pública foram liquidados 195 mil postos de trabalho.
O Governo pretende despedir cerca de 15 mil trabalhadores, por via da «requalificação».
Desde 2010, os trabalhadores da Administração Pública já perderam 24,1 por cento do seu poder de compra.
No OE 2015, está previsto um aumento de um euro, nas pensões mínimas dos aposentados da Administração Pública, dos primeiros dois escalões, ou seja, pensões de valores até 274,00 euros por mês. Todas as outras permanecem congeladas, como estão desde 2010.